quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Espontaneidade adulta

“Ensinaram-nos o que pensar e não a pensar”
Pois estou a tentar manejar a minha elasticidade mental, uma abordagem criativa, livre e astuta, pois as várias massas não vão muito bem e cada um tem particularidades. Quantas pessoas pensaram em “estabilizar” e assim ficaram, sólidos como um bloco de gelo mecânico sonhando ser Napoleão de pila de fora, bem casados e mal fodidos…para alguns isso serve. Daqui a um século o que é descartável será uma outra moda de mentalidades, a essência da natureza humana estará lá, talvez não tão soterrada com máscaras, maquilhagens e coisas anormais a que tão bem nos adaptamos mas a custo de nos arrastarmos pela estrada de pó, não sabendo que a espontaneidade não é um valor secundário, descartável, mas um indicio que, despindo a sua máscara revela o poder de alguém que flui, sem tensões ou medos a rodear como uma jaula claustrofóbica... questão de liberdade: senti-la.
É que quando aceitamos os aspectos destrutivos da nossa persona, eles tendem a ser breves e leves. O problema e caso complicado são os veteranos, adultos, experientes e quase bloco de gelo que reprimiram tantos ódios infantis ao ponto de terem “a sensação” de que lá no fundo todo o ser é costela de diabo. Sempre tensos filisteus erguendo a medalha de veterano para sustentar os seus argumentos, normalmente mal aguentando nas canetas pois a sua vitalidade quis “estabilizar”. Porra conheço velhos carecas que me davam uma tareia com o dedo mindinho não fossem eles tão bem humorados e confortáveis com “os mundos”. Vidas em crescendo e um sorriso largo no minuto da morte.