quinta-feira, 10 de março de 2011

A mecânica da Arte

Nos confins da natureza submersa, uma maça onírica, caí na cabeça do escritor. Um clarão esparso arrepia-lhe as ligações sinápticas e um impulso visceral, rebenta os limites corporais. Pela imaginação cria um outro tipo de vida. Existe pela capacidade de abstracção da realidade corrente no padrão mnemónico.
A arte não é uma tarefa, é uma experiência anacrónica, feita do mesmo tecido da criação primordial. Queremos algo pulsando de vida, mas a obra literária é amorfa, não tem consciência, ela vive na consciência das pessoas. Quanto mais pessoas a lêem, maior se torna. Quanto mais finca as presas na sensibilidade da pessoa, maior o seu carácter.
Depois de ler a ultima página e o que a pessoa vai fazer ao mundo com o que acabou de ler… e o processo de criação pode apenas estar a começar.