sexta-feira, 3 de setembro de 2010

arder de medo

As toxinas na minha fibra muscular, o escárnio nos dentes tensos.
Dizem que o medo é frio, este é, quando repentino. Se ele perdura, uma senilidade neurótica fere o pensamento, um por um, como gotas de ácido de algum pesadelo cruel. A noção de clareza nuble e o medo é agora físico, frenético, descargas de chumbo em brasa esfoliam a carne. O pavor prolongado, são chamas corroendo até à medula, um absoluto erro de existir. Crepitando de terror, bafiento odor de demónio.
Pois dor não é sofrimento, o que a mente atribui à dor torna sofrimento.
E lá estava eu, a aprender. Percebi o que significa crescer. Quando a perspectiva de vida é longa, crescer é significativo. Inspirava golfadas de fumo de ervas medicinais num prato tosco de porcelana. O efeito é quase imediato: Arder de Medo. Porque, que mais há a temer quando a pior sensação de pânico não nos abala? O corpo contraindo em dor violenta e a minha mente num singelo desdém arreganhando: Então não há mais?
Há que ter pessoas experientes nestas andanças acompanhando-nos, porque o cérebro pode estalar e enlouquecermos, e uma vez o cérebro desequilibrado em neuroquímicos, não voltamos a ser os mesmos, é decadência quase inevitável.
Estou em processo. Quando esta técnica revelar os seus atributos mais esplendorosos, algo direi. Entretanto escrevo.

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