quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Lobo

Sorvi do pesadelo o seu demónio amargo.
Com deleite o fiz, propositadamente, pois sabia o que fazia.
Outrora, em pânico, evitava cruzar o olhar com os olhos da minha dor.

“Hoje é a iniciação, o desflorar do Lobo”

Um ácido mórbido fervilhava já pelas veias, uma vez injectado no cérebro, a senilidade neurótica corrói a mente com pensamentos caóticos e de uma súplica incontrolável por conforto. Um elemento novo estava lá para que tudo corresse bem.
Ardendo de medo…eu…prolongava o senso de força. Neste ponto todo o corpo rebentava em chamas cruéis. Fui fundo na dor e nem isso me fez hesitar, longe de fugir.

Sorvi do pesadelo o seu demónio amargo

Nos sorrisos apenas via mandíbulas, as lagoas tinham petróleo e as nuvens cobriram o sol, tão densas eram que parecia noite. Na penumbra ampla, algo insolitamente bom germinava. Uma sensação selvagem de orgulho à minha ferocidade, pois o medo não mais me causava medo. Na escuridão, os meus olhos brilhavam pujantes uma cor âmbar.

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