Os sonhos do manequim sem voz
Petrificado num planeta de casas abandonadas
Exalando gelo, um gelo tíbio
Tão horrorizado com as sombras de gigantes
E feras adocicadas que maneavam sensualidade
Os sonhos fervilhando nervos quebradiços
Da criança perdida com olhos de Cleópatra
Que via deuses e agarrava poeira
Deixou de sonhar, tal lágrima seca
Tresandava a solidão, vagabundo das marés
Falava com a rebentação das ondas
Fumegando estrelas negras
Vaga inércia a lua morta
Quando já nada restava
O verniz da cabeça de porcelana estalou
Mal senti
Quebrou tudo em cacos e lodo
Senti bem forte, e morri ali
Depois veio a minha segunda vida
sábado, 8 de agosto de 2009
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