sexta-feira, 27 de março de 2009

Melodia Abstracta

Em ausência da dicotomia irrequieta da mente, fluindo em ténue sentimento de imortalidade, vasto como o halo delicado do incorpóreo, um som esbate-se na planície sem linha do horizonte, divagando multicolor por onde as vozes nada pretendem significar e o aroma da intuição glutina ao sítio inexistente. O ambiente incógnito avassala terno a minha dormência e numa biocenose paradisíaca, tudo se funde na harmonia fosforescente do impacto musical. Uma vibração líquida escorre pela sombra nuclear, e nada mais há para além da minha dança sideral e o deleite da percepção desta melodia abstracta. Espasmos pictóricos aleatoriamente cortando contrastes. Uma névoa deixa-se do espaço curvilíneo. Translúcidos palácios de cristal com brilhos míticos exaltados ao deslumbre num reino sobrenatural do indizível.

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